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Luto amoroso

  • Foto do escritor: Gabriela Lemgruber
    Gabriela Lemgruber
  • 7 de mai.
  • 1 min de leitura

Atualizado: há 4 dias


Hoje irei usar a leitura do "Copo Vazio" para falar brevemente sobre o luto amoroso nos dias atuais.

O sujeito é estruturado em torno da falta (falta-a ser no Outro). O amor, muitas vezes aparece como uma tentativa de tamponar essa falta - o Outro é investido como aquele que "completa" o sujeito.

No livro "Copo Vazio" a personagem principal parece viver exatamente essa expectativa: ela acredita que o ex companheiro ocuparia esse lugar de resposta, de sentido, e sua ausência faz colapsar esse investimento.

Quando a personagem perde Pedro, não é só ele que se vai, mas o lugar que ele ocupava na vida dela como causa de desejo. O luto amoroso, nesse sentido, é mais que saudade: é um confronto com o vazio da falta estruturante. O livro pode ser lido como uma metáfora disso - o desejo que não satisfaz, a tentativa de preencher o vaio que é da ordem estrutural.


O livro é construído em fragmentos, repetições e recordações, muitas vezes mergulhados em imaginação e fantasia. Isso pode ser lido como a tentativa da personagem de sustentar um fantasma (no sentido psicanalítico), ou seja, uma cena imaginária que organiza seu desejo e seu sofrimento. Ela remói o que foi dito, o que foi feito, o que poderia ter sido, como se buscasse um sentido onde talvez só haja gozo e perda.


 
 
 

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